Tartarugas: o que fazer se encontrar uma?

O casal de turistas paulista Denise Vieira e Rafael Ciccotti tiveram uma surpresa inusitada na manhã desta segunda-feira, dia 18 de abril, quando encontraram um filhote de Tartaruga de Pente, na Praia do Apaga Fogo, em Arraial d’Ajuda.

O animal, que cabia na palma da mão, não havia conseguido até o momento transpor as ondas para chegar ao seu habitat, o mar. E os turistas, não sabendo o que fazer, contataram diversos profissionais e entidades, mas sem sucesso. Inclusive chegaram a levar o animal até o hotel onde estavam hospedados. Por fim uma bióloga recomendou que levassem o animal para soltura no mar, o que foi feito.

“Espero que a tartaruguinha esteja bem. Soltá-la no mar, tão fraca me deu um aperto no coração”, revelou Denise.

Apesar de parecer inédito o feito, ele acontece com mais frequência do que se imagina. E sempre sobram dúvidas do que se deve ou não fazer quando se depara com animais marinhos e tartarugas em desova, por exemplo.

Recomendações

Segundo a bióloga do Projeto Coral Vivo e voluntária da ONG Amiga Tartaruga, Thaís Melo, as  recomendações, quando se encontra um animal marinho, como foi o caso de Denise e Rafael, são contatar os órgãos competentes, como a Secretaria do Meio Ambiente, a Cippa ou a ONG Amiga Tartaruga para informar local, estado que se encontra o animal, entre outras informações e fotos.

“Também é importante não intervir, não tocar o animal e para os donos de pousadas e comércios à beira mar, é importante o cuidado com a iluminação, pois podem atrapalhar a andada dos animais, já que eles podem seguir para o lado contrário do seu destino”, finalizou, salientando que a cada mil animais, apenas uma chega à fase adulta.  

Desova

As praias da Orla de Porto Seguro, e dos distritos (Arraial, Trancoso e Caraíva) são áreas de desova e alimentação de tartarugas. “Quando vemos algumas no mar nadando próxima à costa, quer dizer que estão ali se alimentando. Além disso, no verão, várias espécies desovam nas praias e isso ocorre sempre no final da tarde e início da manhã. Dependendo da espécie, elas colocam de 100 a 150 ovos em cada ninho e sobem cerca de 3 vezes para colocar os ovos. É a temperatura da areia que ajuda a eclosão e o nascimento dessas novas tartaruguinhas”, relata ela, informando que os ovos eclodem entre 45 e 60 dias após a desova.

Outro trabalho realizado e que conta com a participação de Thais é um ‘mapeamento’ dos ninhos principalmente para garantir que o local é seguro para o desenvolvimento dos ovos. “Temos uma licença e um treinamento para a transferência desses ninhos, em caso de necessidade, seja por perigo ou mesmo por ter ficado muito próximo do mar e que possa ser atingido por uma maré alta. Depois do nascimento dessas tartarugas, sempre realizamos uma avaliação do ninho, verificando a espécie, vendo se há ovos gorados, se tem natimortos, quantos eclodiram e estas informações vão para a base de dados da ONG”, ressalta.

A bióloga explica que, ainda não se sabe como, mas a andada da tartaruga até a beira do mar a ajuda a encontrar seu caminho de volta quando chegar a hora de também por seus ovos. O contato da a Secretaria do Meio Ambiente é (73) 3268-0558, o da é Cippa  (73) 9 9807-1353 e o da ONG Amiga Tartaruga (73) 99859-5232 com Thaís.


 Fotos: Denise Vieira e Rafael Ciccotti 

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