Pandemia e guerra entre facções são grandes desafios da PM

A PM tem feito rondas com frequência em diversos pontos da cidade

O Tenente-coronel Alexandre Costa de Souza assumiu em março o comando do 8º Batalhão de Polícia Militar de Porto Seguro. Oficial de turma de 1989, o comandante tem 34 anos de serviço e ocupou a mesma posição na 33ª Companhia Independente de Valença, cidade litorânea a 123 km de Salvador. Fez policiamento em Boipeba, Morro de São Paulo e foi subcomandante do Batalhão do Pelourinho.

“Acredito, que pela minha experiência na área operacional e turística, eu tenha sido indicado para comandar Porto Seguro”, diz. O comandante é formado em Direito e tem especialização em Segurança Pública e Gestão Estratégica em Segurança Pública, além de Metodologia do Ensino Superior. Também fazem parte do seu currículo a coordenação do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças da Bahia e a atuação na Corregedoria Geral da Polícia Militar.

Novos desafios

No cenário trazido pela pandemia, o principal desafio tem sido o enfrentamento da situação e as divergências entre os decretos municipais e estaduais, especialmente em relação ao fechamento das atividades comerciais consideradas não essenciais e ao toque de recolher. “Há um certo enfrentamento da comunidade no cumprimento desse decreto estadual. Mas com a presença da PM, estamos conseguindo fazer valer o decreto. Com  pouquíssimo uso de força, a população tem atendido as nossas solicitações”, afirma. Na Câmara Municipal, ele se apresentou e respondeu perguntas dos vereadores. “Não tenho legitimidade para flexibilizar um decreto do governador, sou um cumpridor do decreto”, disse aos edis.

Segundo o comandante, a orientação inicial em relação ao cumprimento das medidas restritivas, tomadas para tentar conter a disseminação do coronavírus, é notificar o responsável que está descumprindo o decreto, tentando convencê-lo sobre este cumprimento. “Tenho conseguido, na grande maioria das vezes, que as pessoas compreendam esse papel, sem precisar empreender força física, nem cerceamento de liberdade. Porém, se houver resistência, tenho que conduzir a pessoa à delegacia ou Ministério Público, em caso de reincidência”, explica.

O Jornal do Sol perguntou ao comandante se colocar policiais nessa fiscalização do cumprimento dos decretos não prejudica o combate ao crime. “Sempre que estamos posicionados em um local, outro fica descoberto. Onde fazemos a fiscalização também estamos fazendo o trabalho, de forma direta ou indireta. Criminosos que estariam ali, passando para cometer crimes, deixam de passar naquele local”, responde.

“Não tenho dados científicos para afirmar ou negar. Mas na minha experiência de vida, onde falta recurso, muitas vezes as pessoas, mesmo sem condições de salário e em extrema pobreza, muitas delas não procuram crimes para sobreviver. E outras, com boa situação procuram. Não acredito muito nessa relação do crime com fechamento momentâneo do comércio”. Desde que assumiu, o comandante tem promovido reuniões constantes com representantes da comunidade e diversos órgãos que compõem o sistema de segurança pública.

A guerra entre facções também foi citada como um problema que precisa ser enfrentado e resolvido. “Sei que está tendo confronto de facções criminosas, com alguns homicídios. Estamos com dados para ver de que forma vamos estancar esse tipo de comportamento”. Outro desafio apontado pelo comandante é a fragilidade de segurança na zona rural. “Quero reforçar o quanto antes o policiamento com a Companhia Destacada de Batalhão de Polícia Militar, atendendo em Vera Cruz e toda a zona rural”. Ele citou ainda, que pretende ampliar o grupamento de operação com cães, para fiscalização de entorpecentes e busca de pessoas desaparecidas ou foragidas.

Ao relatar como os policiais militares estão enfrentando a epidemia, declarou: “inicialmente tivemos até medo. Todos nós temos medo do desconhecido, mas a gente vai aprendendo a lidar no dia a dia. Seguimos os protocolos de higiene, evitamos contato físico com as pessoas; quando há policiais com qualquer tipo de sintoma, encaminhamos logo para cuidados”, relata, ressaltando que há um médico na unidade.

Na manhã quarta-feira, 12/05/21, os 1° Sargentos PM Ruilton da Cruz Mota e Elton da Paixão Gomes da Silva tiveram alta médica após um período de internamento com Covid-19, e foram saudados pelos colegas de farda. Um óbito pela doença foi confirmado, do soldado Leonardo Batista da Conceição, de 36 anos, no ano passado, dia 9 de maio.


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