
A volta de Guaratinga a Arraial d’Ajuda foi mais um grande desafio desta edição de 15 anos. Do jeito que Brasil Ride Bahia - a prova mais difícil do mundo gosta. Mesmo com os 1.710m de altimetria acumulada e os 130 km de muito terreno encharcado, lama, downhills, subidas escorregadias, chuva e frio, os competidores conseguiram completar a etapa.
A competição teve pódio brasileiro. Com 04h58m07.690s, Gustavo Xavier (Specialized Racing BR) chegou à Arena Brasil Ride na primeira posição.. O espanhol David Serrano (BH Coloma Team) garantiu a vice-colocação com diferença de pouco mais de um segundo. Já o holandês Hans Becking (Buff Megamo MTB Team) completou o pódio, quatro segundos atrás do primeiro colocado. Apesar de chegar em 5º lugar dessa etapa, o brasileiro Alex Malacarne (Specialized Racing BR) é o líder das Américas e ainda está na briga pelo título.
Na geral da elite masculina, David Serrano lidera com 16h04m08.047s. Com uma diferença de menos de 10 segundos, o português Tiago Pereira (Vouzela BH TF), seguido de Alex Malacarne, que deve disputar o terceiro lugar com Hans Becking. O holandês segue colado com o brasileiro na competição, com apenas um minuto de diferença.
Disputa feminina
Já na elite feminina, os nomes parecem já estar cravados. A colombiana Monica Calderón (Cannondale ISB Sport) garantiu sua invencibilidade com a 6ª etapa completando a prova com 06h13m57.500s e mais de 6 minutos à frente da brasileira Karen Olímpio (Soul Extreme Race), que já garantiu o título de líder das américas e mesmo com um bom tempo, ainda precisaria garantir 1h14m, para se sagrar campeã da edição. A terceira colocada, como na 5ª etapa foi a italiana Constanza Fasolis (Cannondale ISB Sport) que chegou bastante cansada, 33 minutos depois da líder, mas já garante a terceira colocação. Isso se nada sério acontecer com as adversárias na última etapa.
A Prova
Entre as montanhas nubladas - e a grandiosa Pedra do Oratório, além do Parque Nacional do Alto Cariri, que foram espectadores das duas últimas etapas -, até chegar a beira do mar do - nem tanto ensolarado - Arraial d’Ajuda foi um longo caminho percorrido pelos atletas. E não foi um percurso fácil. Para alguns, as etapas da Vila Brasil Ride tiraram o resto de energia. Alguns ficaram pelo caminho e outros perseguem a sonhada jersey de finisher.
Considerado o dia mais difícil desses 15 anos de Brasil Ride, nem mesmo os veteranos das trilhas escaparam das dificuldades sem arranhões. Tiago Ferreira explicou que a etapa foi extremamente dura, com muita chuva, barro e o terreno super pesado desde o início. “A parte do Pau Brasil estava quase impraticável e super perigosa. Foi quase uma luta de sobrevivência para chegar ao fim, tentar controlar o máximo possível o tempo. Acho que conseguimos salvar o dia e o material sobretudo. Esperamos que amanhã seja um dia um pouco mais tranquilo”, ressaltou.
Hans Becking é outro veterano da Brasil Ride e também falou da dureza da penúltima etapa. “O dia foi duro e de muita força. Difícil para os olhos [por conta da lama], mas eu me senti bem hoje. Infelizmente a bicicleta não estava funcionando perfeitamente, mas me diverti muito e nunca desisto de lutar. Estou feliz com o resultado”, revelou.
Terreno
Alex Malacarne falou do frio e das dificuldades do terreno. “Foi uma prova muito intensa desde o início e realmente durante o meio da etapa passei um pouco de frio, tava chuviscando, a temperatura tava baixa, tinha muita água. Os óculos não deram conta da quantidade de barro e entrou muita areia no olho [dificultando a visão]. A gente veio na batalha para tentar finalizar, terminei hoje na quinta colocação e estou com os olhos cheios de areia. Amanhã é manter o ritmo. Sigo o líder das Américas e terceiro geral”, comentou.
Gustavo Xavier salientou que sofreu mais que o esperado. “Acabei sobrando do grupo principal pelo menos umas 7 vezes durante a prova, mas depois consegui reconectar. No final eu senti as forças na perna e cheguei junto com o grupo. Fiz sprint bem bacana no final e saí com a vitória de hoje. Estou muito feliz e satisfeito com o dia, a primeira vitória de 2025 na Brasil Ride. Estou ainda mais animado para a etapa de amanhã, que é uma etapa curta, uma etapa de trilha e vamos arriscar mais um dia”, confessou.
Em sua primeira Brasil Ride e se destacando, David Serrano contou sobre a sua estratégia para garantir uma boa prova. “A etapa foi muito longa e com muita água, mais do que nos últimos dias. No final, vim controlando um pouco a corrida, tentando lutar pela vitória. E feliz de estar aqui com o Tiago, na final. E espero que o último dia de amanhã seja o melhor de todos”, disse.
Piscinas
Monica Calderón concorda com o grupo masculino sobre a etapa ser a mais difícil que já enfrentou. “Hoje todo o caminho tinha piscinas. Era uma etapa em que a concentração era muito exigida, bem como administrar o gasto de energia. Também foi difícil para mim porque Karen estava bastante forte e disposta a ganhar a etapa. Sem desesperar, eu tentei tirar o tempo pouco a pouco e, no final, cheguei com muita energia e me diverti. Foi uma prova muito boa, mas muito difícil. Agora é descansar e aproveitar a prova de amanhã. O mais difícil já foi. Só espero que o clima ajude um pouco”, falou.
Para Karen Olímpio a volta de Guaratinga não foi diferente das outras edições que fez. “É uma etapa bem dura e o percurso mais rolado. Eu investi as estratégias que eu tinha no início da prova, que era onde pegava mais as subidas mais concentradas no início e consegui destacar. Mas chegando no estradão, vim sozinha, mas fui alcançada. No último ponto de apoio, a Monica seguiu direto o que deu a ela vantagem. Mesmo assim estou contente com a minha prova e por finalizar mais uma etapa da Brasil Ride. Amanhã a gente tem o último dia e vou com o coração novamente”, declarou.
Para a novata nas competições da Brasil Ride, Constanza Fasolis sentiu bastante a prova, principalmente por conta da areia nos olhos. “Estava um pouco lenta e era importante manter a roda, mas para mim foi muito difícil. Meus olhos estão cada dia pior e por causa da lente de contato não via nada. Estou feliz com o terceiro lugar, mesmo com os problemas”, relatou.

Premiação
Na noite desta sexta-feira, dia 24, a última premiação pública aconteceu na Praça da Igreja de N. Sra. D’Ajuda e contou com grande público, reunindo turistas, atletas e fãs do MTB. Já a etapa de sábado – a 7ª da Brasil Ride - é curta e tem um trajeto de 48,2 km e 560 m de altimetria acumulada. A prova tem início às 8h, na Arena Uíki. O último dia será de muita emoção. Além da disputa masculina, a 8ª Etapa – a Festa – será realizada em um formato diferenciado – um jantar de premiação. Mais informações no site da Uíki.
Amanhã também é dia da Maratona dos Descobrimentos que deve receber cerca de 1.500 atletas para uma das maiores provas de MTB do País. A largada será às 8h30.
A Brasil Ride Bahia é apresentada pelo Banco Bradesco.
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BOX 1: ETAPAS DA ULTRAMARATONA
7ª ETAPA | Arraial d'Ajuda > Arraial d'Ajuda
DISTÂNCIA: 48,2 km
ALTIMETRIA: 560 m
BOX 2: CLASSIFICAÇÃO
ETAPA 6 – GUARATINGA > ARRAIAL - DIA 24/10/2025
SOLO ELITE MASCULINO
1º GUSTAVO XAVIER BRA SOLO ELITE M 04:58:07.690
2º DAVID SERRANO ESP SOLO ELITE M 04:58:09.437 00:00:01.747
3º HANS BECKING NED SOLO ELITE M 04:58:11.707 00:00:04.017
SOLO ELITE FEMININO
1º MONICA CALDERON COL SOLO ELITE F 06:13:57.500
2º KAREN OLIMPIO BRA SOLO ELITE F 06:20:33.503 00:06:36.003
3º CONSTANZA FASOLIS ITA SOLO ELITE F 06:47:03.267 00:33:05.767
CLASSIFICAÇÃO GERAL
MASCULINO
1º DAVID SERRANO ESP SOLO ELITE M 16:04:08.047
2º TIAGO PEREIRA POR SOLO ELITE M 16:04:17.558 00:00:09.511
3º ALEX MALACARNE BRA SOLO ELITE M 16:18:39.330 00:14:31.283
FEMININO
1º MONICA CALDERON COL SOLO ELITE F 20:27:01.117
2º KAREN OLIMPIO BRA SOLO ELITE F 21:40:19.440 01:13:18.323
3º CONSTANZA FASOLIS ITA SOLO ELITE F 22:26:31.731 01:59:30.614
