Passar férias em Porto Seguro é sempre um sonho, mesmo para quem já visitou a região. Ainda mais quando a viagem é para celebrar o amor e encontrar os parentes e amigos para um casamento. Esse sonho quase se tornou pesadelo para a mineira Ana Paula Fróes de Oliveira. Ela e a família tiveram as passagens canceladas pela Ita Transportes Aéreos às vésperas da viagem, que seria no sábado, 18/12. A empresa não deu a eles qualquer outra opção.
O que aconteceu com o grupo de Ana Paula antevia o que estava por vir. Na noite de sexta-feira, 17/12, a empresa anunciou a suspensão "temporária" de todas as suas operações aéreas no Brasil. Os passageiros com viagens compradas pela Ita, muitos pegos de surpresa já nos aeroportos, ficaram sem voos. De acordo com a imprensa especializada, a companhia vem enfrentando problemas com enormes atrasos de voos e reclamações de fornecedores de falta de pagamento nos últimos meses.
E na mesma noite de sexta-feira, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) cancelou o Certificado de Operador Aéreo da ITA Transportes Aéreos. Sem o documento, a empresa não poderá voltar a voar.
A pé
“Meu marido tentou por várias vezes fazer o web check-in e só aparecia a mensagem ‘sua compra foi cancelada’. Então ele ligou para a Ita e a atendente simplesmente informou que o voo havia sido cancelado e a Itapemirim faria o reembolso do valor pago pela passagem. Não nos ofereceram para nos alocar em outro voo, apenas cancelaram a passagem de uma viagem que faríamos amanhã”, explicou Ana Paula. Cada passagem comprada custou R$ 1 mil.
A mineira relata sua indignação. Principalmente porque é um evento que ao qual se preparam desde o início do ano. “As passagens foram compradas em maio e estávamos ansiosos para vir, já que minha filha será dama de honra. Nos programamos para vir é um encontro da família, tiramos férias, compramos roupas, locamos hospedagem e quase que não pudermos estar aqui. Imagina nosso transtorno emocional. É a primeira viagem da minha filha com os avós. Era para ser um momento mais que especial”, ressaltou.
Para não perder o casamento, as férias e o valor pago pela locação, Ana escolheu outra companhia, pagando o triplo do valor em cada passagem foi o triplo. “Além do emocional, tem ainda o transtorno financeiro. É um descaso, um desrespeito total pelo cliente” diz. Ela já acionou um advogado para resolver o impasse na Justiça.
Outros casos
A cozinheira Selma Carioca passou pela mesma situação, quando voltava do Rio de Janeiro para Porto Seguro, após visitar os filhos e neto e realizar uma cirurgia. No caso dela, a falta de respeito com o usuário foi ainda pior: ela já havia feito o check-in e estava dentro do aeroporto, aguardando o embarque, que seria feito em 40 minutos, quando um atendente informou que o voo havia sido adiantado e que só teriam um outro para o destino, no dia seguinte.
“Todos ficamos transtornados, nos avisaram duas horas antes do embarque. Eu, recém operada, aguardando um voo que simplesmente adiantou. Nesse voo tinham pessoas que precisariam voltar por conta do trabalho, e tiveram que se arrumar de diversas formas. No outro dia mais transtorno, com o voo remarcado para 3 horas adiante. Foi chá de cadeira, canseira e stress”, declarou. Selma também impetrou processo por meio de advogados.
Procurada para comentar a respeito da informação, a empresa de transporte Aéreo informou dia 16/12, em nota, que “a denúncia não procede, já que a companhia nunca operou a rota Belo Horizonte-Porto Seguro. Os voos entre as duas cidades são feitos com uma conexão no aeroporto de Guarulhos (SP). Os voos seguem operando normalmente”. Dois dias depois, a empresa cancelou todos os voos no Brasil.
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