Na tarde de terça-feira, 14/12/21, o nível das águas do Rio dos Frades começou a baixar. O movimento tímido já dá esperanças para a população ribeirinha, que perdeu tudo para as águas.
Ibaica Pereira, morador da região há mais de 30 anos e que está realizando a travessia das pessoas no Rio dos Frades, conta que várias vezes viu o Rio encher, mas nada comparado a estes dias. “Vi ter enchente até duas vezes em um ano, mas nunca ele subiu de nível igual agora. Foi uma surpresa para todos os moradores da região. Ninguém imaginava e acabou pegando todo mundo sem esperar. O sofrimento continua para todos, principalmente os que moram na beira do rio, que perderam seus animais, sua criação, com a invasão das águas. E o pouco que tinham foi levado”, lamenta o barqueiro.
Ele revela que hoje o rio mostrou sua primeira baixa desde sábado. “Me perguntaram sobre quanto tempo demoraria para baixar o rio. Eu respondo que, se não chover mais por estes dias, acredito que em 10 ou 15 dias, os carros poderão voltar a trafegar pela estrada”.
Buranhém
Além do Rio dos Frades, o maior e mais utilizado recurso hídrico da região, o Rio Buranhém também sofre com as altas de chuva. A balsa opera com menos embarcações para a segurança da travessia. Mas o estado mais crítico são dos ribeirinhos ao longo do Buranhém: casas submersas pelas águas barrentas, entristecem o olhar de quem sabe que ali era um lar. Muitos deles só tiveram tempo de pegar documentos e fugir.
Uma das vítimas das inundações é um dos espaços classificados para o Turismo em Arraial d’Ajuda: Os Ribeirinhos – equipamento turístico localizado em uma ilha no Buranhém. Segundo uma das proprietárias, Erica Silva, a água entrou dentro da casa e a vazão foi tão grande e rápida, que apenas poucos pertences puderam ser levados.
“Saímos de casa apenas com a roupa do corpo. Conseguimos guardar os cachorros no quarto e pegar os documentos. Ferramentas de trabalho, equipamentos de energia fotovoltaica e os poucos móveis que tínhamos se foram, largamos tudo para trás. Os animais, galinhas, patos, a água varreu. Uma verdadeira tragédia, foi desesperador. Teve casa de morador que desabou. A única casa que tinha desabou. É muito triste”.
Outro ribeirinho que teve sua casa destruída foi Tancinho, morador muito conhecido na região. Para ele, alguns amigos criaram uma campanha para ajudar a reconstrução de sua casa por meio do Pix chave CPF: 93149107504 em nome de Rodinelson Rodrigues Góes (Banco Santander).
Fotos: reprodução WhatsApp
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