Publicado na ed. 401 do Jornal do Sol
Muito se tem falado da dieta livre de glúten e esta questão ainda é dúvida para muitos. Existem pessoas que começaram a seguir esta dieta apenas por modismos, sem entender realmente o que é este componente tão comentado.
O glúten é uma proteína vegetal presente no trigo, na aveia, no centeio, na cevada, no malte e em todos os produtos que utilizam um desses ingredientes em seu preparo, como é o caso de bolos, pães, pizza e bebidas fermentadas como a cerveja.
Antigamente, a dieta sem glúten só era recomendada para pessoas portadoras da doença celíaca, que impossibilita a assimilação de certos nutrientes pelo organismo, causa dores abdominais terríveis, vômitos e emagrecimento. Os portadores desta deficiência devem substituir os alimentos que contenham o glúten por produtos sem essa proteína, como é o caso do arroz e seus derivados (farinha de arroz), milho e seus derivados (farinha de milho, fubá e amido de milho), batata (fécula de batata), mandioca (farinha de mandioca, polvilho azedo, polvilho doce).
Atualmente, pessoas que não são portadoras da doença celíaca estão excluindo o glúten da alimentação com a finalidade de emagrecimento. É importante esclarecer que o glúten isoladamente não é responsável pelo aumento de peso, e sim o consumo excessivo de alimentos que o contenham, como é o caso de pães, biscoitos, pizzas e bolos. Sendo assim, essas pessoas que emagrecem retirando o glúten da alimentação não estão emagrecendo pela exclusão dessa proteína, e sim, porque o consumo de calorias está menor.
É importante esclarecer que não existem evidências científicas que comprovem que a exclusão dessa proteína por pessoas que não possuam a intolerância ao glúten favorecerá o emagrecimento. Conclusão: o que promove a redução e a manutenção do peso é a moderação no consumo dos alimentos, sejam eles com ou sem glúten.
Saúde a todos!
Maria Luiza dos S. Cardoso é nutricionista, especialista em obesidade e emagrecimento