Lorena Bomfim
O puerpério no ponto de vista da medicina, ou seja, do ponto de vista fisio e biológico, é caracterizado por um período que ocorre logo após o parto no qual o corpo começa a se recuperar das alterações sofridas durante a gestação e parto como a evolução do útero, normalização dos hormônios etc.
De modo geral os médicos estimasse que o tempo médio de 6 semanas, ou seja 45 dias, período esse que se divide em :
- Puerpério imediato: Do 1º até o 10º dia após o parto
- Puerpério tardio: Do 11º até o 45º dia após o parto
- Puerpério remoto: A partir do 45º dia após o parto
Entretanto o puerperio é subjetivo e no ponto de vista da psicologia ele pode durar em torno de 2 anos ou mais, levando pela prerrogativa que cada mulher o viverá de forma singular e esse periodo é marcado por inúmeras mudanças que influenciará diretamente no seu comportamento, psicológico e na forma de lidar com a rotina.
Afinal cada mulher carrega seus próprios medos, expectativas, crenças e informações acerca do processo, assim poderá o vivenciar de modo positivo ou não, ligados a atenção, cuidado, compreensão e principalmente se possuirá uma rede de apoio ou não.
Muitas mulheres inclusive o considera o mais difícil de todo o processo, pois além de transformações físicas, o psicológico ser afetado, já que esse é um momento de transição, com intensas alterações fisiológicas, com aspectos hormonais, corporais, questões familiares e culturais.
Para mulher é um momento introspectivo, uma viagem para dentro de si, uma oportunidade de se conectar com sua existência, refletir sobre sua jornada, questionar decisões e muitas vezes se permitir a novas escolhas.
É uma crise existencial em meio a trocas de fraldas, amamentação, mudança do corpo, privação de sono, pressões sociais entre outras. E ainda que o nascimento de um bebê seja sempre atrelado a alegria, é comum e sentir cansaço, solidão, tristeza e desamparo faz parte do processo para muitas mulheres.
É importante estarmos atentos a Puérpera, para que possa se detectar quando esses sentimentos deixam de ser algo fisiológico e passam a merecer maior atenção e atendimento especializado.
Lorena Bomfim é doula, mãe, educadora perinatal e consultora em amamentação. Escreve sobre os diversos temas do mundo materno infantil, além de lives semanais no Instagram pelo @amadrinhar. (Foto: Reprodução)
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