Um em cada cinco brasileiros usa celular ao volante, segundo pesquisa

Uma pesquisa feita pelo Ministério da Saúde aponta que um em cada cinco brasileiros admite usar o celular enquanto dirige. O levantamento ouviu mais de 52 mil pessoas entre fevereiro e dezembro de 2018. Até 2016, dirigir usando o celular era uma infração média, mas a quantidade de acidentes levou à alteração do Código de Trânsito Brasileiro e agora a infração é gravíssima. O descumprimento da norma representa perda de sete pontos na carteira e multa de R$ 293,47.

De acordo com o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), usar celular enquanto dirige aumenta em 400% o risco de acidentes. Digitar mensagem reduz muito o tempo de reação. As multas por usar celular ao volante, no entanto, seguem aumentando. De janeiro a março deste ano, foram 372,3 mil multas em todo o Brasil. O crescimento foi de 24% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registradas 300.087 multas. Os dados são do Denatran.

Em Brasília, as equipes de fiscalização usam câmeras fixas e até equipes com carros descaracterizados pra multar os infratores. O uso de celular ao volante foi a causa de quase a metade do acidentes nas estradas do Distrito Federal no ano passado. No Rio, as multas no primeiro trimestre passaram de 16 mil em 2018 para 20,1 mil neste ano.

O presidente do Detran, Luiz Carlos das Neves, diz que o problema não é a fiscalização, mas a falta de conscientização. “Você pode aumentar a multa, mas o que falta realmente é conscientização, é ter civilidade. É a pessoa saber pensar no outro, conduzir um veículo com segurança e responsabilidade. É isso que tá faltando”, declarou Neves.

Álcool e velocidade

Além dos celulares, dados sobre multas envolvendo o uso de álcool e o excesso de velocidade também foram divulgados pelo Ministério da Saúde. Da população entrevistada, 11,4% (ou 5.973 pessoas) disse já ter recebido multas de trânsito por trafegarem acima da velocidade permitida. Destes, a maior concentração ficou para o Distrito Federal, com 15,6%.

Na combinação de direção e álcool, 5,3% dos entrevistados (ou 2.776) assumiram já ter conduzido veículos motorizados após o consumo de qualquer quantidade de álcool. A maior incidência foi entre os homens, com 9,3%, contra as mulheres, 2%.

A capital do Tocantins, Palmas, teve a maior proporção, com 14,2%. O Recife, em contrapartida, teve o menor índice: 2,2%.


Fonte: Ministério da Saúde