Foi fundado dia 9/11/19, o Grupo de Escoteiros de Porto Seguro. Cerca de 20 crianças e adolescentes se reúnem, acompanhadas dos responsáveis, em atividades de entretenimento e aprendizado de importantes princípios sociais, culturais e, literalmente, de sobrevivência. A iniciativa foi do empresário Wilson Spagnol, que viu no escotismo a oportunidade de proporcionar ao filho caçula, Lucas, 10, a participação em atividades sadias, na companhia de outros colegas e suas famílias.
“Sempre fui muito dedicado aos negócios e à família. E, como os três filhos maiores, Alan, 23 anos, casado recentemente, Laís, 21, que estuda Relações Internacionais na Alemanha e Luan, 18, estudando Marketing na USP, a casa ficou vazia”. De acordo com Wilson, a saída dos filhos mudou a rotina da família. “A vida do pequeno deixou de ser um circo. Ele ficou um pouco sozinho”.
O empresário acredita que hoje em dia há uma “intoxicação digital”. E que “é positivo preencher a vida dos filhos com atividades reais, que tragam ampliação de amizades, brincadeiras, familiares e amigos”. Pensando assim, fez contato com os escoteiros da Bahia e recebeu a visita do diretor estadual do movimento, Fernando, que fez palestra aos pais que assumiram fundar o grupo. “Faltava tecido social (termo que emprestou de um amigo querido) em Porto Seguro. Estamos alegres de estar fortalecendo o tecido social de Porto Seguro”.
Crescimento pessoal
Wilson, eleito presidente do Grupo Escoteiro Porto Seguro BA-90, explica que os valores do movimento escoteiro passam pela família, fé, espiritualidade, respeito e civismo. Originalmente, foi criado em 1907, pelo general Robert Baden-Powell, na Inglaterra. Envolve voluntariado, é apartidário e sem fins lucrativos. As atividades visam trabalhar liderança, compromisso, vida em grupo, crescimento pessoal, autonomia e diversão. Algumas delas são jogos, acampamentos e atividades de turismo.
As reuniões acontecem aos sábados, no bairro Village III, sempre iniciando com hasteamento da bandeira nacional. Podem participar crianças a partir de 6 anos. Até os 10 anos de idade, elas fazem parte do ramo Lobinho; dos 11 a 14 anos vão para o ramo Escoteiro; de 15 a 17 anos vão para o Sênior; e de 18 a 21 anos pertencem ao Pioneiro.
“O legal é o aprendizado. Por enquanto só há um pré-requisito: a participação dos pais”, ponderou. Por duas razões, a necessidade emocional e a de compartilhar o encargo. A liderança dos trabalhos é feita em esquema de revezamento. “As crianças querem e precisam dos pais por perto. Enfatizamos que não é colônia de férias. Damos valor à convivência. E queremos que a carga do trabalho seja distribuída para todos”. Para participar, os pais ou responsáveis têm que fazer um curso online de proteção infanto-juvenil para identificar situações de bullyng, abuso infantil, entre outras.
O Grupo Escoteiro Porto Seguro BA-90 conta, de acordo com Wilson, com a ajuda de “um diretor chefe de primeira categoria”, Antônio Robson, do Sebrae. Para Robson, que participou do movimento em Belo Horizonte, onde nasceu, a experiência foi um divisor de águas. “Toda a formação que tenho agradeço ao movimento escoteiro, que frequentei de 1980 até 1990, desde criança, adolescência até chegar a chefe de escoteiro. O pouco que eu aprendi no passado mostra que o movimento escoteiro pode fazer uma grande transformação na vida deles. Ele faz uma grande transformação e caráter de qualquer pessoa.”