Museu das cadeiras homenageia Zanine Caldas em Belmonte

 

Sede é a casa onde nasceu o arquiteto, Mestre da Madeira, e também abriga obras de outros artistas de fama nacional e internacional

Belmonte tem mais um lugar para ser visitado e apreciado pelos moradores e visitantes. É o Museu das Cadeiras Brasileiras, inaugurado em novembro de 2018, em homenagem ao arquiteto e designer belmontense Zanine Caldas, mais conhecido como O Mestre da Madeira, título recebido graças a seu talento incomum. De acordo com o secretário de Turismo do município, Herculano Assis, o museu, feito em parceria com a Katz Engenharia e a família de Zanine, foi instalado na casa onde nasceu o mestre.

“Sempre imaginamos resgatar a memória de Belmonte com o reflexo dos nossos expoentes. Assim teremos um incentivo turístico sob o aspecto pedagógico e educacional da nossa cultura”, diz o secretário. José Zanine Caldas morreu em 2001, aos 82 anos, em Vitória/ES, mas deixou um legado reconhecido pelo mundo. Além de desenvolver sua arte na arquitetura e como designer, foi maquetista, escultor, moveleiro e paisagista. Autodidata, também atuou como professor no Brasil e no exterior.

A iniciativa de criar o museu pretende levar aos visitantes o trabalho do designer brasileiro, em um acervo composto por obras que levam o nome de outros artistas também, como o carioca Sérgio Rodrigues, os Irmãos Campana, considerados reinventores do design brasileiro e o gaúcho Hugo França, que viveu 15 anos em Trancoso e desde o final da década de 80 cria as chamadas esculturas mobiliárias, produzidas a partir de resíduos florestais e urbanos - árvores condenadas naturalmente, por ação das intempéries ou pela ação do homem. Além dessas riquezas, também compõem o acervo obras do designer Zanini de Zanine, filho de Zanine Caldas, de quem herdou a criatividade e a paixão pela arte em madeira. De acordo com Zanini, o museu já recebeu 60 cadeiras de famosos designers brasileiros.

Cadeiras famosas

Quem visita o museu reconhece duas partes distintas: uma mostra a vida e a história do artista e a outra expõe seu trabalho nas cadeiras confeccionadas por ele.  Para o secretário de Turismo, é um projeto desenvolvido para atrair uma importante visão no turismo da Costa do Descobrimento. “Acreditamos no renascimento de Belmonte pelo caminho da cultura e história de forma pedagógica em razão de um manancial cultural dos mais importantes da Bahia, que abriga desce o enraizamento afrodescendente, os áureos tempos da lavoura cacaueira, a poesia de Sosígenes Costa, o esplendor paisagístico e arquitetônico, a genialidade de Zanine Caldas e tantos outros aspectos amalgamados num povo que faz da sua arte e cultura a razão das suas vidas. É mostrarmo-nos com a nossa verdadeira identidade.”

Ele considera que homenagear Zanine Caldas também é homenagear o design nacional, com a temática “Zanine não morreu. Virou árvore! Dessas árvores frondosas, cheias de sementes e que imperam na floresta”. Para os autores da iniciativa, o museu é uma forma de manter diálogo permanente com a comunidade e despertar nas novas gerações o interesse pelo design. “O espaço está aberto ao público, será inventariado e registrado, e terá programação cultural própria”, garantiu Herculano Assis.