CPI da Pandemia: remédios sem comprovação e punição a médicos

Na terça-feira, dia 28/09, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia do Senado,  ouviu a advogada Bruna Morato, que representa um grupo de  ex-médicos da Prevent Senior e  afirmou que os profissionais não tinham autonomia para retirar medicamentos do kit covid ou pedir exames para os pacientes. Além disso, a advogada afirmou que a empresa punia com demissão quem descumprisse a orientação de prescrever o conjunto de medicamentos.

Em depoimento a profissional afirmou que não existia autorização para exames. “Se prescrevia hidroxicloroquina sem a realização do eletrocardiograma. Existia a dispensação de ivermectina, e o médico não tinha autonomia para retirar esse item. Os médicos eram orientados à prescrição do kit, que vinha num pacote fechado e lacrado. Quando o médico queria tirar algum item, ainda que ele riscasse (sic) na receita, o paciente recebia completo. A receita também já estava pronta”, explicou.

Fatos

Outros fatos que ainda pesam sobre a empresa, que teve um dossiê elaborado sobre irregularidades cometidas, as denúncias de realização de experimentos com pacientes sem autorização da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e de alteração de dados da Classificação Internacional de Doenças (CID) no prontuário dos pacientes, retirando a menção à covid-19,  além de alteração de atestados de óbito de pacientes vítimas do novo coronavírus, estão sob investigação.

A Prevent Senior tem como principais clientes idosos na faixa dos 68 anos e segundo a advogada, os motivos que teriam levado a empresa a prescrever o chamado kit covid, era uma estratégia para evitar a internação de pacientes nos hospitais da rede e, com isso, permitir a redução de custos.

Queixas

Na CPI, Bruna foi questionada sobre procurar o jurídico da Prevent Senior para tratar a questão das queixas de médicos. “Sim e a ideia era fazer um acordo. Meus clientes pediram que a empresa tomasse três atitudes, mas não houve sucesso: assumir publicamente que o estudo sobre tratamento precoce havia sido inconclusivo, assumir o protocolo institucional da empresa, deixando claro que os profissionais não tinham autonomia e que a empresa fizesse um documento se responsabilizando a arcar com custos de possíveis processos vindos de famílias das vítimas”, declarou.

Ela ainda informou que a Prevent Senior, depois de tentar em vão , com o então ministro da Saúde,  Luiz Henrique Mandetta, teria fechado uma "aliança" com um grupo de médicos que assessorava o governo federal, "totalmente alinhados com o Ministério da Economia". “Existia um interesse do Ministério da Economia para que o país não parasse. Existia um plano para que as pessoas pudessem sair às ruas sem medo”, explicou com a ressalva de nunca ter ouvido o nome do ministro Paulo Guedes nas conversas.

Ela ainda salientou o papel de cada um dos médicos que assessorava o governo federal na defesa da adoção de um tratamento precoce para Covid-19. “O médico toxicologista Anthony Wong, que morreu por complicações do novo coronavírus, era responsável por desenvolver um ‘conjunto medicamentoso atóxico’; a médica imunologista Nise Yamaguchi, disseminava informações sobre a resposta imunológica; e Paolo Zanotto, virologista, falava sobre o vírus de forma mais abrangente”, explicou, informando que após a divulgação das denúncias dos médicos, se sente intimidada, visto a invasão a seu escritório após o episódio.


Com informações da Agência Brasil (Foto: Reprodução)

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