Abrigo de idosos Doce Lar busca apoio da comunidade

Na região da Costa do Descobrimento, o atendimento a idosos que precisam de um lar ainda é muito restrito. Em Porto Seguro, apenas uma instituição presta os serviços de acolhimento e cuidados em geral com o público de terceira idade que não tem uma casa onde morar ou cuja família alega não ter condições de cuidar.

A Associação de Terceira Idade Doce Lar, na Agrovila, fundada em janeiro de 2020, é uma instituição privada mas sem fins lucrativos. “Não temos o apoio do governo, e nunca tivemos. Em contrapartida a comunidade, moradores, empresários, pessoas em geral nos ajudam muito” afirma Alcione Leal, responsável pela comunicação do abrigo. À família dos idosos é cobrada uma mensalidade fixa, mas segundo Alcione, nem todos podem pagar, e por isso o Doce Lar, como é conhecido, conta com a solidariedade dos apoiadores da causa.

Ela afirma que entre os internos, há todos os casos imagináveis: “idoso que nos procurou por que não queria mais morar e viver sozinho, familiares que precisavam trabalhar e não podiam dispor do seu tempo para os cuidados com ele, famílias sem condições financeiras para os cuidados, encaminhamento do Ministério Público e até mesmo aqueles que querem ficar longe da família”.

A dona Geni, por exemplo, morava com o filho e diz que ele não podia trabalhar devido aos cuidados com a mãe. Quando ele saía, ela ficava sem companhia. “Eu ficava muito só. Quando eu não ficava só, empatava muito ele. Porque só éramos nós dois. Quando ele saia me deixava deitada para não ficar sozinha dentro de casa e cair. Eu ficava até ele chegar”. Embora dissesse que vivia muito bem com o filho, ela afirma que houve um momento em que ele precisou trabalhar e, sem coragem de deixar a mãe sozinha com uma cuidadora, optou pelos serviços do abrigo, após uma pesquisa. Dona Geni, que afirmou ter havido consenso na decisão, parece estar satisfeita: “Estou gostando daqui. Os diretores, os funcionários, as meninas da limpeza, tem gente pra conversar”, diz.

Alcione afirma, mesmo sem apoio do setor público, o abrigo contratou uma fisioterapeuta que atende duas vezes por semana e ajuda muito no desenvolvimento motor dos idosos; além de duas técnicas de enfermagem que revezam no horário, atendendo 24 horas por dia, cuidadoras, nutricionista e cozinheira. “Um baita time!”, diz.

Toda a ajuda é muito bem recebida. “Nossas necessidades maiores sempre são com alimentação. Oferecemos cinco refeições principais que incluem café da manhã, suco na metade da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar. Temos uma horta e dela tiramos alguns alimentos livres de agrotóxicos. Mas, mesmo assim, sempre precisamos de frutas, verduras, hortaliças, alimentos não perecíveis, leite e proteínas”.

Material de limpeza como cloro, desinfetante, amaciante de roupa, sabão em pó e detergente também estão na lista de necessidades que precisam ser atendidas cotidianamente.

O entretenimento também faz parte do dia a dia dos idosos. Todos os meses, a instituição faz festas de aniversário e comemorações em datas festivas como no dia 1º de outubro, que celebra o Dia Nacional do Idoso. “Não é nada grande mas fazemos questão de mostrar a importância que a vida deles tem para a gente”, afirma Alcione.


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