IPCA fica em 0,19% em agosto

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto ficou em 0,19%, após variação de 0,24% em julho. Para os meses de agosto, esta foi a menor variação desde 2010 (0,04%). No ano, o acumulado foi de 1,62%, bem abaixo dos 5,42% registrados em agosto de 2016.
Este foi o menor acumulado no ano para um mês de agosto desde a implantação do Plano Real (1994). O acumulado dos últimos doze meses desacelerou para 2,46%, resultado inferior aos 2,71% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Esta foi a menor variação acumulada em 12 meses desde fevereiro de 1999 (2,24%). Em agosto de 2016, o índice havia registrado variação de 0,44%. Clique aqui para acessar a publicação completa.
Em agosto, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados Alimentação e Bebidas (-1,07%) e Comunicação (-0,56%) apresentaram sinal negativo. Entre os demais, destacam-se os grupos Transportes (1,53%) e Habitação (0,57%). O primeiro, com 0,27 ponto percentual (p.p.) de impacto no índice do mês praticamente anulou o impacto de -0,27 p.p. do grupo Alimentação.
Pelo quarto mês consecutivo, o grupo dos alimentos teve queda (-1,07%), por causa da safra recorde. Os alimentos para consumo em casa recuaram 1,84%, após a queda de 0,81% de julho. Os destaques foram: feijão-carioca (-14,86%), tomate (-13,85%), açúcar cristal, (-5,90%), leite longa vida (-4,26%), frutas (-2,57%) e carnes (-1,75%). Todas as regiões pesquisadas tiveram queda em agosto: de -2,75% em Goiânia até -1,16% em Fortaleza.
Já a alimentação fora, que havia ficado 0,15% mais cara em julho, subiu 0,35% em agosto. Com exceção das regiões metropolitanas de Belém (-0,79%) e de Curitiba (-0,54%), as demais tiveram variações positivas entre 0,03% (Belo Horizonte) e 2,49% (Salvador).
No grupo Comunicação (-0,56%), o destaque ficou com as contas de telefone celular que ficaram, em média, 1,57% mais baratas.
As passagens aéreas, do grupo Transportes (1,53%), apresentaram, em agosto, queda de 15,16%. Por outro lado, os combustíveis, com variação de 6,67%, foram o maior impacto no índice do mês 0,32 p.p. O litro do etanol ficou, em média, 5,71% mais caro. Já a gasolina subiu 7,19% em razão do aumento na alíquota do PIS/COFINS em vigor desde julho e da política de reajustes de preços dos combustíveis. Dentro do período de coleta do IPCA de agosto, foram anunciados 19 reajustes de preços da gasolina que, acumulados, resultam em um aumento de 3,40%.
Ainda nos Transportes, foi apropriada parcela ainda não incorporada relativa ao reajuste de 16,61% nas passagens dos ônibus intermunicipais da região metropolitana de Belém (3,59%) em vigor desde 07 de abril.
No grupo Habitação (0,57%), os destaques foram a energia elétrica (1,97% e 0,07 p.p. de impacto) e a taxa de água e esgoto (1,78% e 0,03 p.p.). Na energia elétrica (tabela a seguir), houve altas na maioria das regiões pesquisadas, principalmente, pela entrada em vigor da bandeira tarifária vermelha, desde 1º de agosto, representando uma cobrança adicional de R$ 0,03 por Kwh consumido.

Desde 7 de agosto, houve reajustes de 6,87% em Belém (7,01%) e de 8,53% em Vitória (7,81%). Já as quedas em Recife (-4,73%), Salvador (-3,03%), Belo Horizonte (-2,49%), Fortaleza (-1,48%) e Goiânia (-1,36%) devem-se às reduções nas alíquotas do PIS/COFINS.
A taxa de água e esgoto (1,78%) teve seu resultado influenciado pelas regiões metropolitanas de Belo Horizonte (10,58%) onde ocorreu reajuste médio de 8,69% nas tarifas a partir de 30 de julho, Rio de janeiro (3,60%), cujo reajuste de 3,60% entrou em vigor em 01 de agosto e Vitória (1,14%) com reajuste de 4,10% a partir de 22 de agosto.
No grupo Saúde e cuidados pessoais (0,41%) o destaque é o plano de saúde, com variação de 1,07%. Já a Educação, com 0,24% refletiu o resultado apurado na coleta realizada em agosto a fim de captar a realidade dos preços praticados no segundo semestre do ano letivo. Os cursos regulares tiveram variação de 0,09%, enquanto os cursos diversos (informática, idioma, etc.) apresentaram alta de 0,87%.
Os resultados regionais ficaram entre os -0,22% de Belém e os 0,45% de Brasília. Nesta, o aumento foi impulsionado pelos combustíveis (11,24%) com destaque para o preço da gasolina, que subiu 12,26%. Além disso, as contas de energia elétrica subiram 3,61%. Em Belém, destacam-se as quedas do feijão-carioca (-21,46%) e das carnes (-3,56%).