Centro de Cultura apresenta “Maria, um rito para minha avó”

Abrindo a “Caravana as Três Marias”, a peça é gratuita e autobiográfica, festejando o aniversário da avó falecida

 

Mais uma atração do dia 04 de maio, às 17 horas, no Centro de Cultura, será a apresentação da peça “Maria, um rito para minha avó”, onde a íntima relação de um neto com a avó se revela em instantes de um convívio que durou 25 anos. O espetáculo conta a história de um menino, com seu irmão gêmeo, sempre celebrado pela mãe de sua mãe, que organizava suas festas de aniversário durante toda infância. Uma meninice e juventude vividas em Rio Real, município do interior da Bahia, entre a cidade e o campo, em meio a uma família de elos muito firmes.

O desgaste da saúde desta matrarca que, rodeada de afeto e da presença insistente do seu neto devoto, teve seus últimos anos dependentes de cuidado. Em “Maria, um rito para a minha avó”, Leandro Santolli faz um ato autobiográfico, ao mesmo tempo em que revive a história de Maria, mulher de João, mãe de três filhas, que lhe deram sete netos. O texto-desabafo se desenvolve na festa de aniversário que ele resolve promover em retribuição a esta mulher, que nunca teve uma dessas em vida. A performance mergulha nos laços do amor, na ressignificação da despedida, compondo uma aura de familiaridade com a plateia, convidados especiais para cantar os parabéns.

“Há em mim o desejo de entender o ser humano e sua complexidade. Quando vivi algo tão relevante e tão comum a todos como a morte de um ente querido, senti uma enorme necessidade de expor meu olhar sobre como lidamos com o doente e as limitações da medicina clássica. Eu precisei falar sobre os tabus que permeiam a morte”, explica Leandro Santolli, que concebeu, dirige e atua na peça, fruto da disciplina Rito e Performance, do curso de Artes Cênicas – Direção Teatral da Universidade Federal da Bahia (UFBA), sob orientação de João Sanches e Tina Melo. “Quando, no artista, a dor não dói mais, torna-se propulsora de uma transformação”, completa Santolli.

Além de estudante na UFBA, Leandro Santolli é já graduado em Marketing pela Universidade Estácio de Sá e em Teatro pela Universidade Federal de Sergipe. Começou seus primeiros estudos teatrais em 1999 no Curso de Formação de Atores do Grupo Imbuaça. De seus principais trabalhos como ator, destacam-se “Morte e Vida Severina”, com direção de Lindolfo Amaral (SE); “Onde fica a Praça Camerino”, dirigido por Kléber Lourenço e Carlos Ferrera (PE); “Salomé”, com direção do libanês Gaby Shiba; “Popoesia Papa Criança”, por Fernanda Júlia (BA); e “Pequeno Manual dos Amores em Andamento”, em direção conjunta com Letícia Bianchi. Como diretor, assina “Bodas ou Deja Vu”, “A Serpente”, “Darluz” e “Relatos Sentimentais para Corações Juvenis”.


Hilda Rodrigues
Assessoria de Imprensa