Produção industrial cai 1,8% em março

Em março de 2017, a produção industrial nacional mostrou redução de 1,8% frente a fevereiro (série com ajuste sazonal), permanecendo com o comportamento predominantemente negativo desde o início de ano, com queda de 0,4% em janeiro e variação nula (0,0%) em fevereiro.
No confronto com março de 2016 (série sem ajuste sazonal), o total da indústria apontou expansão de 1,1% em março de 2017, após recuar 0,8% em fevereiro e avançar 1,4% em janeiro último, quando interrompeu 34 meses consecutivos de resultados negativos.
Assim, o setor industrial acumulou acréscimo de 0,6% nos três primeiros meses de 2017. A taxa anualizada, indicador acumulado nos últimos 12 meses, com o recuo de 3,8% em março de 2017, prosseguiu com a redução no ritmo de queda iniciada em junho de 2016 (-9,7%).

15 dos 24 ramos pesquisados apresentam queda em março

O recuo de 1,8% da atividade industrial na passagem de fevereiro para março de 2017 teve predomínio de resultados negativos, alcançando todas as quatro grandes categorias econômicas e 15 dos 24 ramos pesquisados.
Entre os setores, as principais influências negativas foram registradas por veículos automotores, reboques e carrocerias (-7,5%), produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-23,8%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,3%). Outras contribuições negativas importantes sobre o total da indústria vieram de indústrias extrativas (-1,1%), de máquinas e equipamentos (-4,9%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-6,4%), de móveis (-11,0%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,7%) e de produtos de metal (-3,2%). Por outro lado, entre os nove ramos que ampliaram a produção nesse mês, o desempenho de maior importância para a média global foi assinalado por produtos alimentícios (1,3%), que eliminou parte do recuo de 2,4% verificado em fevereiro de 2017.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda na comparação com o mês imediatamente anterior, bens de consumo duráveis, ao recuar 8,5%, mostrou a queda mais acentuada em março de 2017 e eliminou o avanço de 8,0% registrado em fevereiro. Esse foi o recuo mais intenso desde junho de 2015 (-13,2%).
Os setores produtores de bens intermediários (-2,5%), de bens de capital (-2,5%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-1,8%) também apontaram taxas negativas nesse mês, com o primeiro interrompendo quatro meses consecutivos de expansão na produção, período em que acumulou ganho de 3,4%; o segundo voltando a recuar após avançar 5,9% em fevereiro; e o último assinalando o segundo mês seguido de redução na produção e acumulando nesse período perda de 3,2%.

Média móvel trimestral recua 0,7%

Ainda na série com ajuste sazonal, a evolução do índice de média móvel trimestral para o total da indústria apontou queda de 0,7% no trimestre encerrado em março de 2017 frente ao nível do mês anterior, interrompendo a sequência de taxas positivas iniciada em dezembro de 2016.
Entre as grandes categorias econômicas, ainda em relação ao movimento deste índice na margem, bens de consumo duráveis (-2,3%) mostrou o recuo mais elevado nesse mês e interrompeu a trajetória ascendente iniciada em outubro do ano passado. Os setores produtores de bens intermediários (-0,5%), de bens de capital (-0,4%) e de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,2%) também registraram taxas negativas em março de 2017.

Produção industrial cresce 1,1% em relação a março de 2016

Na comparação com março de 2016, o setor industrial assinalou crescimento de 1,1% em março de 2017, com resultados positivos em três das quatro grandes categorias econômicas, 16 dos 26 ramos, 48 dos 79 grupos e 53,8% dos 805 produtos pesquisados.
Entre as atividades, veículos automotores, reboques e carrocerias (10,9%) e indústrias extrativas (7,0%) exerceram as maiores influências positivas na formação da média da indústria. Outras contribuições positivas relevantes vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (16,9%), de metalurgia (3,6%), de produtos de borracha e de material plástico (5,2%), de bebidas (5,3%), de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (8,4%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (7,1%), de celulose, papel e produtos de papel (3,9%), de outros produtos químicos (2,3%) e de produtos têxteis (7,0%).
Por outro lado, ainda na comparação com março de 2016, entre as nove atividades que apontaram redução na produção, as principais influências no total da indústria foram registradas por produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-28,2%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,0%). Vale destacar também os resultados negativos vindos de produtos alimentícios (-2,1%), de outros equipamentos de transporte (-8,3%) e de impressão e reprodução de gravações (-14,4%).
Ainda no confronto com igual mês do ano anterior, bens de consumo duráveis (8,5%) e bens de capital (4,5%) assinalaram, em março de 2017, os avanços mais acentuados entre as grandes categorias econômicas. O segmento de bens intermediários (0,5%) também mostrou resultado positivo nesse mês, mas com intensidade menor do que a média nacional (1,1%). Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis, com redução de 0,5%, apontou a única taxa negativa.
O segmento de bens de consumo duráveis cresceu 8,5% no índice mensal de março de 2017, quinto resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação, mas menos intenso do que o registrado no mês anterior (20,1%). Nesse mês, o setor foi particularmente impulsionado pelos avanços na fabricação de automóveis (13,2%) e de eletrodomésticos da “linha marrom” (25,1%). Vale citar também os resultados positivos vindos de eletrodomésticos da “linha branca” (3,3%), de motocicletas (2,5%) e de outros eletrodomésticos (2,2%). Por outro lado, o grupamento de móveis, com recuo de 9,0%, apontou o impacto negativo mais importante.
A produção de bens de capital, ao avançar 4,5% em março de 2017, apontou a quinta taxa positiva consecutiva na comparação com igual mês do ano anterior. Na formação do índice desse mês, o segmento foi influenciado, em grande parte, pelo crescimento observado no grupamento de bens de capital agrícola (36,2%). Os demais resultados positivos foram registrados por bens de capital de uso misto (8,1%), para construção (10,0%) e para equipamentos de transporte (0,5%). Por outro lado, os impactos negativos foram assinalados pelos grupamentos de bens de capital para energia elétrica (-9,6%) e para fins industriais (-10,3%).
O segmento de bens intermediários cresceu 0,5% em março de 2017, após apontar recuo de 2,5% em fevereiro. O resultado desse mês foi explicado, principalmente, pelos avanços nos produtos associados às atividades de indústrias extrativas (7,0%), de veículos automotores, reboques e carrocerias (11,2%), de metalurgia (3,6%), de produtos de borracha e de material plástico (5,7%), de outros produtos químicos (2,6%), de celulose, papel e produtos de papel (4,6%), de produtos têxteis (6,9%), de produtos de metal (0,5%) e de produtos de minerais não-metálicos (0,1%), enquanto as pressões negativas foram registradas por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,8%), produtos alimentícios (-7,2%) e máquinas e equipamentos (-17,6%). Ainda nessa categoria econômica, vale citar também os resultados assinalados pelos grupamentos de insumos típicos para construção civil (-3,6%), que marcou a trigésima sétima queda consecutiva nesse tipo de comparação; e de embalagens (3,0%), que voltou a crescer após recuar 1,9% em fevereiro último.
O setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis, ao recuar 0,5% em março de 2017, apontou o segundo resultado negativo consecutivo. O desempenho nesse mês foi explicado, em grande parte, pela queda observada no grupamento de não-duráveis (-14,1%), pressionado, principalmente, pela menor produção de medicamentos. Vale citar também o resultado negativo vindo do subsetor de carburantes (-4,7%), influenciado pelo recuo na fabricação de álcool etílico. Por outro lado, os grupamentos de alimentos e bebidas elaborados para consumo doméstico (4,3%) e de semiduráveis (8,8%) apontaram crescimento na produção nesse mês.

No primeiro trimestre de 2017, indústria avança 0,6%

No índice acumulado para o período janeiro-março de 2017, frente a igual período do ano anterior, o setor industrial mostrou acréscimo de 0,6%, com resultados positivos em duas das quatro grandes categorias econômicas, 15 dos 26 ramos, 47 dos 79 grupos e 53,0% dos 805 produtos pesquisados.
Entre as atividades, indústrias extrativas (8,2%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (11,5%) exerceram as maiores influências positivas na formação da média da indústria. Outras contribuições positivas relevantes sobre o total nacional vieram de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (18,3%), de confecção de artigos do vestuário e acessórios (8,0%), de metalurgia (1,9%), de produtos de borracha e de material plástico (2,7%), de produtos têxteis (6,2%) e de máquinas e equipamentos (2,0%).
Por outro lado, entre as 11 atividades que apontaram redução na produção, a principal influência no total da indústria foi registrada por coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-9,6%). Vale destacar também os resultados negativos vindos de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-15,4%), de produtos alimentícios (-2,1%), de outros equipamentos de transporte (-9,4%), de impressão e reprodução de gravações (-13,7%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-4,4%) e de produtos de minerais não-metálicos (-2,2%).
Entre as grandes categorias econômicas, o perfil dos resultados para os três primeiros meses de 2017 mostrou maior dinamismo para bens de consumo duráveis (10,5%) e bens de capital (4,4%), impulsionadas, em grande parte, pela ampliação na fabricação de automóveis (17,1%) e eletrodomésticos (16,6%), na primeira; e de bens de capital agrícola (29,8%) e para construção (26,4%), na segunda. Vale destacar, nos dois grandes grupamentos, a influência da baixa base de comparação, uma vez que no primeiro trimestre de 2016 esses segmentos apontaram recuos de 27,3% e de 27,7%, respectivamente. Por outro lado, os setores produtores de bens de consumo semi e não-duráveis (-0,6%) e de bens intermediários (-0,4%) assinalaram as taxas negativas no índice acumulado do primeiro trimestre de 2017.


Fonte: IBGE