Em setembro, IBGE estima safra baiana de grãos maior que a de 2016

A estimativa de setembro para a safra baiana de cereais, leguminosas e oleaginosas (também conhecidos como grãos), em 2017, totalizou 8.119.086 toneladas, o que representa um crescimento de 43,3% em relação à safra de 2016 (5.665.096 toneladas). A área a ser colhida com grãos está estimada em 3.050.718 hectares, mantendo-se em crescimento (12,1%) frente a 2016 (2.721.273 ha).

Em relação às informações de agosto, a estimativa de produção baiana de grãos foi revista para cima, com um aumento de 0,8% (+61.690 toneladas), refletindo incremento de 0,9% na previsão área a ser colhida (+28.175 hectares), de um mês para o outro.

Em relação a 2016 (+43,3%), o crescimento previsto para a safra de grãos baiana supera a média nacional (+30,3%), que também teve revisão para cima (+0,5%) de agosto para setembro.

A Bahia se mantém como o oitavo estado produtor de grãos do país, responsável por 3,4% da safra nacional, estimada, em setembro, em 240,9 milhões de toneladas. Mato Grosso permanece na liderança, sendo responsável por pouco mais ¼ da produção (26,2%), seguido pelo Paraná (17,2%) e Rio Grande do Sul (15,1%).

As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado mensalmente pelo IBGE. O grupo de cereais, leguminosas e oleaginosas (grãos) engloba os seguintes produtos: arroz, milho, aveia, centeio, cevada, sorgo, trigo, triticale, amendoim, feijão, caroço de algodão, mamona, soja e girassol.

Incorporadas as revisões nos dados de 2016, em razão da divulgação dos resultados da PAM, e segundo os dados atualizados em setembro deste ano, dos 34 produtos investigados pelo LSPA na Bahia, 13 devem ter safra maior em 2017, na comparação com o ano passado.

As produções que mais devem crescer no estado são as de feijão 2ª safra, que deve mais que quadruplicar (+341,5% ou +129.765 toneladas); milho 2ª safra, que deve mais que duplicar (+151,0% ou +311.127 toneladas); e soja (+57,7% ou +1.878.881 toneladas).

De agosto para setembro, crescem estimativas da 2ª safra de feijão (+18,7%) e da produção de mandioca (19,5%) na Bahia

De agosto para setembro, a estimativa nacional para a 2ª safra de feijão aumentou 3,8%, chegando a 1,256 milhão de toneladas, acompanhando os aumentos no rendimento médio (+0,5%, indo a 1.073 kg/ha) e na área colhida (+3,4%, chegando a 1,171 milhão de hectares).

A Bahia, com um aumento de 18,7% na estimativa da 2ª safra, entre agosto e setembro, foi um dos estados que contribuíram com essa revisão para cima da produção de feijão – ao lado de Minas Gerais (4,2%), São Paulo (11,5%), Mato Grosso (9,9%) e Goiás (47,9%).

No estado, a 2ª safra de feijão deve chegar a 167,8 mil toneladas, mais que quatro vezes o que foi colhido em 2016 (+341,5%), com incrementos na área cultivada (+40,6% em relação a 2016, chegando a 243,5 mil hectares) e no rendimento médio (+155,5% em relação a 2016, chegando a 718 kg/ha).

A estimativa da produção brasileira de mandioca em 2017, 20,8 milhões de toneladas, também foi revisada para cima (+3,3%) entre agosto e setembro, sob influência dos aumentos da produção na Bahia e no Paraná, entre um mês e outro.

De agosto para setembro, a previsão da safra de mandioca foi reajustada na Bahia, com aumento de 21,6% da área a ser colhida (chegando a 192,1 mil hectares) e de 19,5% da produção, que deve alcançar 2,1 milhões de toneladas. Assim, em relação a 2016, espera-se no estado, neste ano, uma produção de mandioca 6,3% maior.

O bom desempenho esperado na lavoura baiana, porém, não deve ser suficiente para que a produção brasileira fique acima do colhido em 2016. A previsão é que a safra nacional de mandioca em 2017 seja 1,5% menor que a do ano anterior, influenciada em grande parte pelas perdas esperadas no Paraná (-19,6%, chegando a 3,1 milhões de toneladas) e no Pará (-0,7%, indo a 4,2 milhões de toneladas), os dois principais produtores. A Bahia tem a terceira maior produção de mandioca do país, respondendo por 10,0% da safra brasileira.

A produção nacional de algodão deve ter aumento de 10,5%, em 2017, frente a 2016, atingindo 3,8 milhões de toneladas. Esse resultado é fruto do incremento de 18,6% no rendimento médio do país, que deve chegar a 4.125 kg/ha neste ano, enquanto a área plantada foi reduzida em 7,4%, totalizando 927,6 mil hectares.

Na Bahia, apesar da melhoria das condições climáticas, após a forte revisão para cima da área plantada (de 257,2 mil para 279,9 mil hectares) e da produção de algodão em 2016 (de 795,2 mil para 878,6 mil toneladas), a safra de 2017 (833,5 mil toneladas) deverá apresentar redução de 5,1% em relação ao ano passado, resultado da retração de 27,1% na área cultivada (que deverá ser de 204,1 mil hectares). O rendimento médio, por outro lado, deve aumentar 27,9%, chegando a 4.084 kg/ha.

A Bahia deverá responder por 21,8% da safra nacional de algodão herbáceo em 2017, com a segunda maior produção, atrás apenas de Mato Grosso (66,4%), que tem estimativa de safra de 2,6 milhões de toneladas neste ano, 16,1% superior à de 2016.

O algodão é o terceiro grão mais importante na Bahia, representando 10,3% da safra de cereais, leguminosas e oleaginosas do estado.

Estimativa da safra de cacau 2017 segue em queda na Bahia e puxa produção nacional para baixo

A estimativa de produção nacional de cacau em setembro é de 213,5 mil toneladas, 4,8% menor que a de agosto (224,2 mil toneladas), em razão de reduções nas áreas plantadas (-2,8%) e a serem colhidas (-3,2%).

Com a revisão para baixo na estimativa de setembro, a safra brasileira de cacau em 2017 (213,5 mil toneladas) deverá ser um pouco menor (0,1%) que a de 2016 (213,8 mil toneladas).

Esses resultados foram influenciados pelas estimativas da Bahia, de agosto para setembro, de quedas de 4,4% na área a ser colhida (chegando a 480 mil hecatres), de 7,1% no rendimento médio (que fica em 195 kg/ha) e de 11,3% na produção (indo a 83,9 mil toneladas).

A Bahia deve ser em 2017 o segundo maior produtor de cacau do país, com 39,3% do total nacional, com uma previsão de safra 27,5% menor que a do ano passado (83,9 mil  frente a 115,8 mil toneladas), resultado de quedas tanto na área a ser colhida (-19,5%, de 596,2 mil para 480 mil hectares) quanto no rendimento médio (-6,7%, de 210 kg/ha para 195 kg/ha).

Assim o estado deverá perder a liderança nesse produto para o Pará, cuja estimativa de safra é de 116,4 mil toneladas em 2017 (54,5% do total).


Fonte: IBGE