Paróquia Nsa Sra da Pena celebra São José em Eucaristia pela internet

O Frei Manoel Santos de Oliveira, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Pena emitiu comunicado aos fiéis informando que, devido à situação de recolhimento em razão da prevenção contra o coronavírus, e, “ao mesmo tempo sabendo da necessidade de não ficar sem anunciar a Palavra de Deus”, no dia 19/03/20, a festa de São José, patrono da igreja, será celebrada com Eucaristia na capela interna da igreja. Os fiéis poderão acompanhar a celebração transmitida ao vivo pelos canais Instagram e Facebook, às 19h.

 

Na edição 416 do Jornal do Sol impresso, nossa equipe entrevistou o Frei Manoel. Leia, na íntegra, a seguir.

 

“Humildade e amor na paróquia N. Srª da Pena”

 

Aos 51 anos de idade, o Frei Manoel Santos de Oliveira, natural de Amargosa, cidade do Centro-Sul baiano, chegou a Porto Seguro para assumir a Paróquia Nossa Senhora da Pena. Ele, que já percorreu um longo trajeto na vida religiosa, pertence à Ordem do Frades Capuchinhos da Bahia e Sergipe. O Jornal do Sol conversou com o frei que, aos 23 anos, saiu de sua cidade natal para começar os estudos que dariam início à sua caminhada de sacerdotal.

 

Quando se iniciou sua jornada sacerdotal?

Saindo de Amargosa aos 23 anos, fui para Vitória da Conquista, onde eu fiz formação inicial, depois em Alagoinhas, depois Esplanada. Fui para Salvador para fazer os estudos de Filosofia e Teologia, cursando faculdade na Universidade Católica de Salvador. Ali fiquei até 2001, depois fui ordenado em 2002, já indo novamente para Vitória da Conquista. E de lá para cá, faço minha caminhada como sacerdote.

O senhor teve uma breve passagem por aqui, no passado...

Fui pároco na Paróquia de São Francisco em Alagoinhas, por volta de 2008.Já trabalhei em diversas paróquias, no Santuário Nossa Senhora da Piedade por duas vezes, como reitor, em Salvador. Depois fui para Itamaraju, onde fui pároco na Paróquia dos Santos Cosme e Damião. Já morei aqui em Porto Seguro há pouco tempo. Fiz uma passagem de apenas 11 meses como vigário nesta cidade, mas não pude continuar aqui porque fui chamado novamente para Salvador. Lá assumi a secretaria da província, como secretário dos Frades Capuchinhos, ficando por seis anos, onde exerci a função de guardião, diretor do convento e reitor do santuário. De lá, em meado de 2019, fui eleito viceprovincial dos Capuchinhos. E acabei sendo convidado a voltar para Porto Seguro, assumindo a Paróquia Nossa Senhora da Pena e o Hotel dos Capuchinhos.

Quais os planos para a Paróquia Nossa Senhora da Pena?

Em Porto Seguro pretendo dar continuidade aos trabalhos que já vêm sendo cumpridos pelos meus antecessores, procurando melhorar, conhecer mais o povo. É claro, que a gente sempre tem aquelas mudanças, seja nas nossas criatividades ou no sentido de espiritualizar um pouco mais o povo. E também conhecer. Enfim, o nosso desejo é fazer o reino de Deus acontecer. Desde que entrei na província, a minha função é procurar construir esse reino através do povo que me é confiado agora nesta diocese de Eunápolis, sob a direção de Dom José Edson, que é o nosso bispo. E aqui estou trabalhando também como guardião da Fraternidade dos Capuchinhos e fazendo o que me é possível.

Pretende fazer alguma mudança?

Sou disposto a trabalhar, sempre com muito amor. Uma das coisas que eu sempre quis fazer é colocar o amor em primeiro lugar. Me acho dinâmico e muito ativo. Sempre promovendo uma atividade ou outra, criando, renovando as coisas. Algumas expectativas, sonhos, esperanças e vamos ver o que Deus tem reservado para mim aqui em Porto Seguro. A gente nunca pode chegar a algum lugar já querendo ou trazendo algumas mudanças. Acredito que as mudanças vão acontecendo de acordo com a necessidade. Com certeza vai haver mudança, mas a gente precisa primeiro conhecer. E conhecendo, se necessário, elas vão acontecendo.

Nos seus primeiros contatos com a comunidade, qual a sua percepção?

Cheguei aqui no final de novembro, mas foi um período de transição. Assumi a paróquia em 16 de dezembro. Já tive contato com a comunidade, seja nas celebrações ou em algumas reuniões. Posso dizer que é um povo bom, acolhedor, um povo que está disposto a trabalhar conosco e acredito que essa experiência vai ser boa, uma vez que passei por aqui, fiz uma experiência pequena, não como pároco, e agora como pároco, administrador, com certeza terei uma experiência maior de convivência e até mesmo de conhecimento.

Sendo Porto Seguro uma cidade turística, isso muda o perfil do fiel?

Mudar o perfil, eu não diria. Mas trabalhando de modo bem particular, a nossa paróquia se restringe muito ao turista. Em Salvador eu trabalhava também muito com o turista, porque lá o santuário local é uma igreja em que além dos moradores, pessoas do recôncavo visitam. Não é muito diferente daqui. É claro que aqui tem outras pessoas de outros estados e até de países diferentes. Isso não muda o perfil, mas muda um pouco a nossa atenção no modo de acolher essas pessoas. A gente precisa dar uma atenção diferenciada, maior, ter um pouco mais de tempo, até porque as pessoas nativas nos vêem, dão um oi e vão embora porque já tem uma convivência no dia a dia. Já o turista não. Ele quer uma palavra a mais, uma informação maior, um tempinho para tirar uma foto com o pároco para mostrar para o seu padre. A gente tem que ter essa disponibilidade, esta alegria em acolher, marcar essa presença nesse sorriso. É muito importante para eles e que saiam daqui muito felizes e divulguem o que veem. E outros tantos podem retornar. Muitos dizem: “todo ano eu venho aqui”. “O ano passado eu trouxe meu filho. Esse ano eu já trouxe minha mãe”. E assim a gente precisa dar essa atenção.

Que mensagem o senhor tem para a paróquia nesse momento de expectativas?

Eu diria que a comunidade não espera aqui um padre que chega para revolucionar, mas um padre que chega para falar de Deus. Quem vier a esta casa, a esta paróquia, com certeza vai encontrar uma mensagem de humildade, simplicidade e, sobretudo, de amor. É isso o que eu desejo transmitir às pessoas. Que eles digam: eu fui e encontrei Deus nesta igreja.