Praças de Porto Seguro precisam de manutenção

Quem anda no Centro e adjacências de Porto Seguro não entende o motivo do abandono de importantes áreas públicas destinadas ao lazer e ao esporte. Locais que seriam para divertimento são, atualmente, trechos perigosos, a depender do horário em que se passa por lá, e pontos de encontro de moradores de rua e usuários de drogas.

Podem ser citadas pelo menos três grandes praças que aparentam um certo desleixo da administração pública e um desrespeito com moradores e turistas. A mais visitada e exposta, é a Praça do Relógio, que, de relógio só tem o nome. Lá já houve dois relógios mas não se sabe onde eles foram parar. Não há segurança e os canteiros estão secos.

A segunda é a Praça da Bíblia, que possui uma quadra poliesportiva, aparelhos de musculação, algumas palmeiras e anfiteatro. Há anos, o espaço não vê manutenção. Quem quer usar esses equipamentos, sabe que só há dois horários adequados: de manhã bem cedo ou à noite, por causa do sol forte, já que não há cobertura. Mesmo assim, ninguém se atreve a permanecer no local depois das 18 horas. Não há iluminação nem segurança. As placas de granito que cobrem a estrutura de concreto onde estão versículos bíblicos que caracterizariam a praça estão presas por um cabo de aço armengado e enferrujado.

Na Praça ACM, em frete à Câmara de Vereadores, ao lado da OAB, os brinquedos de madeira estão em uso, tem espaço para descansar e sombra. Mas também tem falta de segurança e ponto de apoio de usuários de drogas e moradores de rua. Na Orla Norte, o cartão de visita nas entradas dos bairros Mundaí, Village e Paraíso dos Pataxós são canteiros altos, desajeitados e quebrados, que passam a impressão de sujeira e bagunça. Eles estão assim há anos.

O que diz a prefeitura

De acordo com o secretário de Infraestrutura e Obras, Jonatha Cavalli, há um planejamento a médio prazo que inclui o Centro e bairros, para reformas e implantação de praças. Segundo o secretário, para as praças do Centro, a prefeitura está reformulando os contratos de manutenção, e o desafio é ter maior eficiência no atendimento dessas praças. “Um ponto crítico são as academias ao ar livre. A manutenção delas é algo complexo de ser contratado dentro da burocracia que é o sistema brasileiro de licitação”, argumenta.

Ele citou como exemplo a academia da Praça das Pitangueiras, instalada há um ano e que já está em processo de oxidação e afirmou que está buscando uma forma de fazer a manutenção dessas praças já existentes e dos equipamentos, inclusive os parques infantis. “Estamos no momento licitatório e pré-licitatório. Em algumas, o processo já está mais avançado”, garante.

Jonatha manifestou preocupação também com as comunidades que não possuem espaços de lazer como Arraial d’Ajuda, Vila Jardim e Vera Cruz. “A gente quer arrumar um espaço bacana em Pindorama; tem uma praça nova para ser implantada na Agrovila. São comunidades que até então não tinham nenhum espaço de convívio, de lazer”, explicou o secretário, há cerca de três meses na pasta.  

Obras na rua do Mangue

O secretário Jonatha Cavalli falou também sobre o projeto para a rua Marechal Deodoro, no Centro. Ele informou que a secretaria vai receber cerca de R$ 1,5 milhão para restauração e readequação da histórica via conhecida como rua do Mangue. O recurso vem do Fundo do Meio Ambiente. Dentro das mudanças, estão previstas a implantação de ciclovia, elevação de nível da rua – calçadão, mão única, bolsões de estacionamento, e substituição dos paralelepípedos por bloquetes intertravados.

Mas a obra ainda não tem previsão de início. O secretário relatou que quando é iniciado um projeto, a equipe faz um esboço e vai conversar com a comunidade para conhecer as necessidades e chegar a um consenso. E que a distribuição dos recursos também é um desafio. “A gente trabalha com vários incógnitas, fazendo um planejamento, vendo onde pode atuar, até onde pode ir, quanto gastar...”